quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A vontade

A vontade

Tudo o que procede da vontade, após o conhecimento intelectual do fim, se chama voluntário.

À essência do voluntário são necessários o intelecto e a vontade. Se falta o conhecimento intelectual, não temos ato voluntário mas movimento natural.Se falta a vontade e somos obrigados a agir por força de um agente externo, temos o violento.

O volitum, ao contrário, é o ato querido, mas sem que proceda da própria vontade.A chuva que cai, com grande alegria do agricultor é volitum.

O voluntário pode ser:

a) Perfeito, quando a ação é realizada com plena advertência e com pleno consentimento da vontade; imperfeito, quando a ação se realiza com semiconsciência ou com semideliberação da vontade; por exemplo, as ações dos que estão meio adormecidos.

b) Voluntário em si, quando querido pela vontade por si mesmo, isto é, pela sua bondade, como fim ou como meio da própria ação, assim, escrever um livro mau para corromper os outros; Voluntário em sua causa, aquele que a vontade não quer em si mesmo, mas quer em outra ação da qual depende ele como o efeito da causa; por exemplo, os pecados que cometerem os leitores do livro mau, serão imputados em causa, ao autor, que visava apenas o lucro.

c) Voluntário é atual, se a deliberação da vontade está presente no mesmo momento que se realiza a ação; é virtual, se a deliberação já passou, ao realizar-se a ação, sendo, porém, esta realizada sob o influxo de tal deliberação, há pouco cessada.

Verifica-se ainda o voluntário habitual e o interpretativo. No voluntário habitual, a deliberação da vontade se forma uma vez e não se retrata. Apesar disso, não se age sob a influência desta deliberação já feita.

No voluntário interpretativo nunca houve deliberação da vontade, mas presume-se que a teríamos se refletíssemos.

Estes dois últimos não têm nenhuma influência sobre o ato e não bastam, por conseqüência, para torná-lo imputável a quem o realiza.

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