Do contraste da existência concreta com a existência superficial, surge aquela angústia da qual o homem é tomado e determinada pelo desejo de emancipar-se, de ser verdadeiramente ele mesmo. Sentir nesta existência autêntica é o meio para encaminhar-se em direção a um futuro de conquistas.
Os existencialistas dão grande importância aos valores éticos e religiosos: de fato, falam do bem e do mal, do dever, da culpa, da fé, da redenção, da oração e até do pecado original.
Várias e confusas são, na realidade, as tendências dos existencialistas. Enquanto alguns (Heidegger, Sarte) desprezaram, pelo menos, qualquer finalidade específica da existência e outros (Iaspers, Abbagnano) eliminaram qualquer solução sobrenatural ficando presos à problemática da vida; Gabriel Marcel procurou resolver os problemas da existência, dum ponto de vista construtivo, à luz da fé e da filosofia cristã.
O Existencialismo, negando todo valor transcendente , tornando assim impossivel a metafísica, base da religião e da teologia, é reprovado por Pio XII na Encíclica “Humani Generis”(12 de agosto de 1950).
Acerca do Existencialismo ético,ou seja, da moral da circunstância, Pio XII num discurso aos Congressistas da “Fedération Mondiale des Jeunesses Féminines Catholiques” (18 de abril de 1952), assim se exprime: “A nova ética (adaptada ás circunstâncias) dizem os seus autores, é eminentemente “individual”. Na determinação da consciência o homem individual encontra-se diretamente com Deus e diante dele delibera sem qualquer intervenção de ou autoridade, comunidade, culto, ou confissão. Existe somente o EU do homem e o EU de Deus pessoal.Não do Deus da lei, mas do Deus Pai, ao qual o homem deve unir-se com amor filial. Assim considerado é pois a decisão da consciência um “risco” pessoal, proporcionado ao conhecimento e à avaliação própria em plena sinceridade diante de Deus. Estas duas coisas, a reta intenção e a resposta sincera, são tomadas em consideração por Deus. A ação não lhe importa nada. Assim, a resposta pode ser a de mudar a fé católica por outros princípios, de divorciar-se, de interromper a gestação, de recusar obediência e autoridade competente na família na Igreja, no Estado, e assim por diante.”
A esta ética oportunista da circunstância contrapõe o Papa as três seguintes máximas: “A primeira é que, concedamos, Deus quer antes de tudo e sempre a reta intenção. Mas isto não basta. Ele quer também a boa obra. A segunda é que não é permitido fazer o mal para que venha o bem (cf. Rom 3,8). Mas tal ética opera, talvez sem atentar a isso, segundo o principio que o fim santifica os meios. A terceira é que podem dar-se circunstâncias, nas quais o homem, e especialmente o cristão, deve lembrar-se ser necessário sacrificar tudo, mesmo a própria vida para salvar a sua alma” ( Cfr. Atti e discorsi di Pio XII, Edizione Pauline, v. XIV, pág. 137).
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